A melhoria significativa no nível de jogo e nas classificações obtidas pela A.B. Santarém nas Festas do Basquetebol e nos Campeonatos Nacionais e Taças Clubes não é obra do acaso.
Reflete a dinâmica do DTR Prof. José Monteiro e o trabalho consistente dos treinadores dos clubes da região. A aposta estratégica no minibasquete tem sido o motor de todo este progresso. Quadros competitivos regulares e bem organizados criam um ambiente favorável à evolução tranquila dos jovens atletas.
A Associação segue uma orientação formativa clara, centrada no desenvolvimento progressivo dos jogadores. Inicialmente, o foco está na diversão e no prazer de jogar. Numa segunda fase, ensina-se a treinar com intencionalidade, promovendo atitudes que maximizam o tempo de prática.
Só mais tarde, com maturidade e experiência, os jovens aprendem a competir de forma saudável e construtiva. Todo este percurso respeita o ritmo, a motivação e o nível de cada grupo.
Neste contexto, merece especial destaque o Campo de Aperfeiçoamento Sub-10, uma iniciativa que tive o privilégio de coordenar, contando com a colaboração fundamental do treinador Filipe Talaia, do Rio Maior Basket. Esta ação formativa tem contribuído de forma decisiva para a elevação da qualidade técnica e pedagógica da intervenção da Associação de Basquetebol de Santarém, permitindo um acompanhamento mais ajustado às necessidades dos jovens atletas e reforçando as boas práticas no minibasquete.
Relatório que espelha a qualidade e o impacto da formação.
O excelente relatório de Paulo Penicheiro oferece uma visão concreta da qualidade do trabalho realizado nestas atividades. Na sua introdução, o Paulo escreve:
“Participei numa atividade prática de minibasquetebol SUB10, integrada no Curso de Treinador de Basquetebol – Grau I, em Rio Maior, sob orientação do Prof. Mário Silva. A iniciativa visava desenvolver capacidades técnicas e motoras dos jovens atletas, promovendo também a interação entre clubes. A experiência prática foi essencial para aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos no curso. Trabalhar com crianças com diferentes níveis de experiência permitiu adaptar as metodologias às suas reais necessidades. Observar o Prof. Mário Silva em ação foi uma oportunidade enriquecedora, pela sua capacidade de comunicação e abordagem pedagógica. A atividade superou as minhas expectativas, aliando teoria e prática de forma eficaz. O evento destacou a importância da flexibilidade e da criatividade no treino de jovens. Além disso, reforçou o papel do treinador como educador e facilitador do processo de aprendizagem. Foi, sem dúvida, uma experiência valiosa para o meu desenvolvimento como futuro treinador.”
Este testemunho reflete não só o impacto direto nas crianças, mas também o valor formativo para os treinadores envolvidos, reafirmando o compromisso da A.B. Santarém com uma formação sólida, progressiva e centrada no atleta.
Produção de conhecimento e desenvolvimento pedagógico no Minibasquete
O trabalho desenvolvido com a maioria dos formandos nos Cursos de Treinador de Grau 1, aliado à dinâmica do DTN de Minibasquete, Prof. Bruno Cazeiro, e à curiosidade científica do treinador Filipe Talaia, possibilitou a criação de um conjunto alargado e valioso de documentos.
Estes materiais resultam da conjugação entre prática formativa e reflexão crítica, e abrangem desde planos de treino e propostas metodológicas até estudos de avaliação técnica e física em jovens atletas.
Este esforço coletivo tem contribuído para enriquecer a base pedagógica do minibasquete em Portugal, promovendo uma abordagem mais estruturada, consciente e adaptada às reais necessidades dos praticantes nas etapas iniciais da formação.
É importante destacar que temos várias propostas de trabalho desenvolvidas, oferecendo uma grande diversidade de opções:
A proposta metodológica para Sub-10 baseia-se no trabalho por competências, através de situações de jogo ajustadas à realidade dos jogadores. Estes são desafiados a enfrentar problemas, buscando soluções com os próprios recursos. Complementa-se com tarefas analíticas que apoiam a compreensão e o desenvolvimento das competências.
Proposta orientador conteúdos Grau 1 ENB.
Esta proposta orientadora foi apresentada aos formandos do Grau 1 da ENB e abrange os conteúdos mínimos exigidos aos atletas Sub 10.
· Orientações nacionais Minibasquete
A FPB definiu como objetivo estratégico melhorar a qualidade do jogo e do jogador português. Para isso, aposta em experiências desportivas enriquecedoras desde a iniciação até ao alto rendimento. Reconhece que o desenvolvimento é influenciado por fatores biológicos e exige etapas bem estruturadas. O documento oferece orientações a treinadores sobre prioridades e conteúdos adequados a cada fase. Aplicá-las corretamente aumenta as hipóteses de cada jovem atingir o seu potencial.
· O perfil técnico e físico dos jovens atletas de basquetebol em Portugal.
Avaliar o perfil técnico e físico dos jovens é fundamental para desenvolver eficazmente as suas competências. No Campo de Aperfeiçoamento Sub-10, Filipe Talaia conduziu um estudo com jovens atletas em Rio Maior. A iniciativa foi promovida pela Associação de Basquetebol de Santarém e o Rio Maior Basket. Os testes aplicados, baseados no modelo do Sabonis Basketball Center, permitiram analisar indicadores-chave de progressão. O estudo incluiu participantes de ambos os sexos.
· Medições e testes específicos. Campo Sub 10.
A amostra do Campo de Aperfeiçoamento Sub-10, promovido pela Associação de Basquetebol de Santarém em parceria com o Rio Maior Basket, foi composta por jovens praticantes de ambos os sexos, com idades até aos 10 anos. Os participantes representam vários clubes da região, refletindo diversidade nos níveis de experiência e desenvolvimento. Todos integraram atividades de avaliação técnica e física, fornecendo dados relevantes para o estudo do perfil dos jovens basquetebolistas.
· Ficha avaliação de competências
Esta ficha de avaliação quantitativa tem como objetivo acompanhar o desenvolvimento técnico e tático dos jogadores ao longo da época, permitindo uma análise clara e objetiva dos progressos individuais. Utiliza-se uma escala de 1 a 5, onde 1 representa “Muito Fraco” e 5 “Excelente”.
A avaliação está dividida em três grandes áreas: competências técnicas individuais, competências táticas (individuais e coletivas) e competências gerais.
· Guia de avaliação e planeamento estratégico para jovens atletas Sub 10
No basquetebol, como em qualquer sistema educativo, é possível estabelecer competências claras para que os jogadores saibam o que devem aprender até ao final de cada época.
O trabalho por competências deve ajudar os treinadores no planeamento da temporada, sem os pressionar
A roda das competências é uma ferramenta utilizada para identificar, avaliar e desenvolver habilidades, sendo aplicada em diferentes contextos, como educação, coaching e desenvolvimento pessoal.
A roda das competências oferece uma análise detalhada do desempenho dos atletas, facilitado a elaboração de planos de treino. Essencial no basquetebol de formação, permite aos treinadores corrigir falhas, potenciar pontos fortes e promover o desenvolvimento colectivo, tornando a equipa mais equilibrada e competitiva.
· Treino técnico/táctico 2024 / 2025
A abordagem metodológica adotada baseia-se no trabalho por estações, em que os atletas participam em blocos de cerca de 15 minutos, alternando entre diferentes desafios. Cada estação propõe situações de jogo com intencionalidade cognitiva, mais ou menos próximas da realidade competitiva, levando os jogadores a enfrentar problemas, pensar soluções e aplicar os seus próprios recursos técnicos e táticos. Complementarmente, recorrem-se a exercícios analíticos, que apoiam a compreensão e consolidação das competências em foco.
Conclusão :
O relatório de Paulo Penicheiro evidencia a importância do Campo de Aperfeiçoamento Sub-10 como uma experiência enriquecedora, tanto para os jovens atletas como para os técnicos envolvidos.
Destaca-se a oportunidade de desenvolvimento técnico em ambiente lúdico, a integração entre crianças de diferentes clubes e a eficácia da organização e dos conteúdos propostos.
O autor salienta ainda: o valor da socialização e da colaboração entre os participantes, assim como a sua própria evolução enquanto treinador, ao adaptar conteúdos às necessidades individuais dos atletas.
Por fim, sublinha: o impacto positivo da supervisão do treinador Mário Silva, cuja orientação e metodologia serviram de inspiração e modelo pedagógico.