Guia de Avaliação e Planeamento Estratégico para Jovens Atletas Sub-10
Competências como bússola.
No basquetebol, como em qualquer sistema educativo, é possível estabelecer competências claras para que os jogadores saibam o que devem aprender até ao final de cada época.
O trabalho por competências deve ajudar os treinadores no planeamento da temporada, sem os pressionar.
Cada jogador/equipa tem ritmos e necessidades de aprendizado diferentes, e se um jogador/ equipa aprende mais rápido, podemos avançar para competências de categoria superior.
Esse método visa garantir o aprendizado progressivo, baseando-se nos conhecimentos anteriores.
Os treinadores devem refletir e adaptar as competências de acordo com a realidade da sua equipa.
Proposta Orientadora para o curso Grau 1 da ENB.
Esta proposta orientadora foi apresentada aos formandos do Grau 1 da ENB e abrange os conteúdos mínimos exigidos aos jovens atletas Sub-10.
O seu principal objetivo é fornecer um guia claro que facilite a avaliação individual dos jogadores e o planeamento estratégico das sessões de treino.
Funciona como uma referência para observar e analisar a execução dos gestos técnicos, a aplicação dos princípios táticos, o desenvolvimento motor e a atitude dos atletas.
As avaliações individuais permitem agrupar os jogadores de acordo com as suas competências, possibilitando a elaboração de planos adaptados às necessidades específicas de cada um.
Este plano estruturado apoia a formação integral dos jovens, promovendo um progresso equilibrado da equipa.
A aplicação consistente desta proposta assegura uma avaliação rigorosa e um planeamento eficiente, incentivando uma evolução contínua e motivadora.
"Pré-Mini Basquetebol (Sub-10): O Período Crucial para o Desenvolvimento Físico e Cognitivo das Crianças"
A etapa do pré-minibasquete (Sub-10), abrangendo crianças de 9 e 10 anos, é crucial para o seu desenvolvimento físico e cognitivo.
Nessa fase, a curiosidade e energia das crianças impulsionam a aprendizagem através do jogo e da interação com o ambiente.
Cognitivamente, começam a processar informações, resolver problemas simples e compreender regras básicas.
A nível motor, aprimoram a coordenação e o controlo de movimentos, como correr, saltar, lançar e agarrar, desenvolvendo também força muscular e resistência.
Para estimular essas competências, é essencial proporcionar atividades físicas dinâmicas e brincadeiras ativas.
A motricidade fina deve ser trabalhada com exercícios que envolvam o uso preciso das mãos e dedos.
A aprendizagem lúdica assume um papel fundamental, permitindo que as crianças adquiram conhecimentos de forma natural e divertida.
Através do jogo, criam-se bases sólidas para um futuro envolvimento apaixonado com o basquetebol.
O Que Ensinar?
O escalão Sub-10 representa uma fase sensível da aprendizagem, onde os treinadores devem focar-se no desenvolvimento da motricidade de base — alicerce para futuras habilidades físicas e desportivas.
Esta motricidade abrange capacidades motoras essenciais, trabalhadas de forma lúdica e progressiva: correr em diferentes velocidades e direções, saltar com um ou dois pés, lançar com precisão e força, agarrar bolas variadas, e equilibrar-se em situações estáticas e dinâmicas.
A coordenação motora grossa inclui correr, saltar e rodar, enquanto a coordenação motora fina foca-se em movimentos precisos como driblar e passar. A coordenação óculo-manual relaciona a visão ao uso das mãos, útil para receber e passar a bola, enquanto a óculo-pedal combina a visão ao uso dos pés, importante para driblar.
O esquema corporal fortalece a consciência do próprio corpo, e a dissociação de movimentos permite executar ações simultâneas, como driblar a correr.
A lateralidade desenvolve a dominância de um lado do corpo, essencial para gestos técnicos.
Introduzir gradualmente os fundamentos do basquetebol é crucial: driblar com controlo, passar de forma básica, lançar com técnica correta e movimentar-se sem bola para criar espaços.
A aprendizagem deve ser divertida e envolvente, recorrendo a jogos reduzidos (com menos jogadores e regras simples), circuitos motores (com saltos, corridas e lançamentos), brincadeiras com bolas (de vários tamanhos) e jogos cooperativos, promovendo o espírito de equipa.
Além das competências físicas, é importante introduzir conceitos estratégicos básicos: a noção de espaço para compreender o posicionamento em campo, a tomada de decisão para escolher a melhor opção em jogo e as regras fundamentais de forma gradual.
Por fim, o desporto contribui para o desenvolvimento pessoal e social, promovendo o trabalho em equipa, o respeito pelas regras e adversários, e a persistência para enfrentar desafios e aprender com os erros.
Estrutura de Desenvolvimento por Níveis para Jovens Atletas
As competências são divididas em três níveis: Básico, Intermédio e Avançado, facilitando a aprendizagem, o desenvolvimento e a avaliação dos jovens.
O nível Básico oferece uma base sólida de habilidades essenciais, ideal para iniciantes ganharem confiança.
O nível Intermédio aprofunda as competências adquiridas, promovendo a sua aplicação prática em situações mais desafiantes.
Já o nível Avançado foca-se no aperfeiçoamento das habilidades.
Essa estrutura garante que cada etapa do desenvolvimento seja alcançada de forma adequada, respeitando os diferentes níveis de competência.
Habilidades Motoras Básicas
Caminhar, correr, saltar, lançar, receber, chutar, rodar, rastejar, trepar, multisaltos.
Capacidades Coordenativas Básicas
Capacidade de aprendizagem motora, capacidade de controle motor, capacidade de adaptação e transformação dos movimentos.
Capacidades Coordenativas Especiais
Diferenciação dinâmica, diferenciação espaço temporal, equilíbrio, orientação, antecipação motora, ritmo, fantasia motora, combinação motora.
Domínio da Bola e Drible
Controlar a bola pelas 5 faces legais (frontal, dorsal, externa, interna, superior).
Driblar com dois ritmos (lento/rápido) e duas alturas (alto/baixo).
Aplicar o drible útil com os diferentes hemisférios da bola.
Não olhar para a bola durante o drible e mantê-la protegida.
Separar os pés e a mão no drible.
Empurrar (“Push”) a bola no drible.
Jogo de Pés
Uso do pé pivot/eixo depois de parar o drible.
Conceito de saída cruzada, evitando os passos sem se desequilibrar.
Conceito de dissociação antes das finalizações.
Passar sobre o drible com a mão dominante,
Fazer um passe em corrida sobre o drible a 4 metros de distância com as duas mãos e com a técnica de passe correta.
Conhecer e aplicar a tripla ameaça.
Passar a partir do drible, com a mão de drible dominante.
Defesa Individual e Coletiva
Reconhecer o seu par durante todo o jogo, colocar-se entre o jogador e a bola, com as costas viradas para o cesto.
Reconhecer o conceito de ajuda de emergência.
Ser consciente de que não deve se fixar apenas no seu par.
Reconhecer se está do lado forte ou fraco enquanto defende.
Tática Individual e Coletiva
Entender o objetivo do basquetebol: marcar cesto.
Reconhecer se pode avançar na direção do objetivo mediante o drible ou passe.
Reconhecer quando deve parar ou desacelerar quando tem um obstáculo no caminho.
Criar vantagens no 1x1 em drible.
Deixar espaço à bola enquanto não a tem.
Colocar-se num espaço que não interfira na progressão da bola ou nos cortes dos jogadores.
Colocar a bola em jogo após cesto sofrido ou na linha lateral/final,
Nas reposições linha final em campo ofensivo, não pisar a zona pintada, colocar-se à frente da bola depois de passá-la.
Contra-ataque
Sair rápido após o rival perder a posse de bola, colocar a bola rápido em jogo depois da recuperação.
Colocar-se à frente da bola, oferecendo uma diagonal, linha de passe durante o contra-ataque.
Não ficar à frente do driblador durante a progressão da bola.
Colocar a bola em jogo de forma rápida após sofrer cesto
Bibliografia:
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